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Diário do Grande ABC - 08 de dezembro de 1999

Brandão quer apurar dívida de SP na região

Marco Borba

Da Redação

O ex-prefeito de Santo André, deputado estadual Newton Brandão (PTB), vai solicitar à Comissão Parlamentar de Inquérito dos precatórios ambientais que apure se há no Grande ABC algum caso em que o Estado tenha sido condenado ao pagamento de precatórios (dívidas judiciais) resultantes de desapropriações de áreas de preservação ambiental. O petebista é vice-presidente da CPI, que tem ainda outro parlamentar da região como membro - Vanderlei Siraque (PT).

A instalação dessa comissão para investigar o caso foi pedida em abril pelo vice-líder do governo, deputado Milton Flávio (PSDB), que vai presidir os trabalhos.

Aprovada em outubro, a CPI começou oficialmente quarta-feira seus trabalhos ouvindo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Ricardo Trípoli, que apresentou estudos realizados por sua Pasta a respeito do tema investigado pela comissão.

Segundo Trípoli, entre as irregularidades estariam a superavaliação de áreas, casos em que o Estado deixou de recorrer das decisões judiciais dentro do prazo legal e outros em que foi condenado a pagar duas vezes a mesma dívida.

De acordo com o secretário, o Estado tem hoje cerca de 1,3 mil precatórios ambientais sendo questionados na Justiça. Para saudar essas dívidas, avaliou Trípoli, caso todas as sentenças judiciais tivessem de ser cumpridas, o governo teria de desembolsar US$ 50 bilhões.

A CPI ainda está juntando elementos para as investigações, mas Brandão disse acreditar que áreas próximas a Paranapiacaba podem estar sob suspeita. "Precisamos estar atentos pois há no local muitas áreas pertencentes ao Estado, que tem de lutar para saber se os títulos de propriedade apresentados são realmente legítimos ou cartoriais (produzidos ilegalmente)", disse.

Segundo Brandão, após a reunião, o secretário de Meio Ambiente entregou a cada um dos membros da CPI um documento apontando os 12 maiores precatórios ambientais que estão sendo cobrados do Estado. O maior deles, de R$ 1,1 bilhão, é relativo a uma área situada no município de Cunha, na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro.

Conforme apontou Vanderlei Siraque, as investigações da CPI começarão a ser feitas a partir desses 12 maiores precatórios. "A partir deles chegaremos aos demais. Vamos olhar processo por processo. Existe uma máfia envolvendo peritos que avaliaram as áreas, gente do próprio judiciário e do governo. Se conseguirmos juntar os elementos necessários, essa CPI pode acabar na CPI do Crime Organizado (criada na semana passada na Assembléia paulista)", afirmou o petista.

A CPI dos precatórios ambientais se reúne novamente na próxima quinta-feira, ocasião em que será ouvido o procurador-geral do Estado, Márcio Felippe Sotelo.

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Fabio Taroda , 2001