UM SIMPLES BIOMBO PODE ACABAR COM OS ROUBOS DAS “SAIDINHAS” DOS BANCOS. Imprimir
Escrito por Vanderlei Siraque   
Qua, 30 de Janeiro de 2013 17:59

O “atendimento” bancário eletrônico ou virtual, apesar de eliminar milhares de postos de trabalho no sistema financeiro nacional, ainda não conseguiu eliminar os serviços bancários prestados diretamente pelos trabalhadores do sistema e, muito menos, acabar com as longas filas de duração interminável, seja para o pagamento de contas, depósitos dos pequenos empreendedores ou saques dos aposentados.

As longas filas transformam os trabalhadores que exercem funções de “caixas” em verdadeiras “salsichas” do “cachorro quente”, pois de um lado estão os clientes, ansiosos pela prestação dos serviços e do outro, estão os representantes dos banqueiros pressionando por mais agilidade, fato que gera estresse, fadiga e indignidade.

Esta relação direta entre o trabalhador “caixa” bancário e a longa fila de clientes à sua vista fere a dignidade e a intimidade do trabalhador e do consumidor do sistema bancário, além de facilitar a ação de criminosos, pois junto aos clientes, que estão nas filas, encontram-se, muitas vezes, os “olheiros” de bandidos que se encontram do lado de fora dos recintos das agências. E, assim, observam a rotina das pessoas que depositam dinheiro, pagam contas e fazem saques. Por meio de uma mensagem de celular avisam os seus comparsas sobre as características das possíveis vítimas. As vítimas, geralmente aposentados, mulheres idosas, comerciantes são aguardadas na saída destas instituições, quando são atacadas pelos ladrões e perdem seus recursos e até suas vidas. Estes crimes são denominados de “roubos das saidinhas”.

Pensando nisso, apresentei para análise dos meus Pares e debates com a sociedade, o Projeto de Lei 4912/12, o qual tem o escopo de determinar às agências, postos e correspondentes bancários que instalem divisórias individuais entre os caixas e os espaços reservados aos clientes que aguardam atendimento, com os seguintes objetivos: 1- Garantir maior dignidade, a preservação da intimidade e a diminuição do estresse, tanto aos trabalhadores do sistema financeiro quanto aos seus consumidores; 2- Evitar a presença de bandidos nas filas que possam observar as movimentações dos clientes do sistema financeiro; 3- E, portanto, dificultar os roubos das “saidinhas” e, assim, preservar a vida e o patrimônio das pessoas.


VANDERLEI SIRAQUE, Deputado Federal-PT-SP, membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Autor do Livro: Controle Social da Função Administrativa do Estado, ed.Saraiva. Doutor em Direito. Tese: A Segurança Pública E Os Necessários Instrumentos Judiciais Para A Sua Efetividade.