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Mapa da Violência IV: os Jovens do Brasil. Juventude, Violência e Cidadania

Elaborado pelo sociólogo Jacobo Waiselfisz, o estudo traça um panorama da mortalidade na juventude brasileira e revela o crescimento da vitimização dos jovens, sobretudo em situações violentas como homicídios e acidentes de transporte. A taxa de homicídios entre os jovens (15 a 24 anos) subiu de 30 em 100.000, em 1980, para 54,5 em 100.000, em 2002, enquanto no restante da população permaneceu estável.

O livro "Mapa da Violência IV: os Jovens do Brasil. Juventude, Violência e Cidadania", traz informações atualizadas, abrangendo a década 1993/2002.

O estudo faz uma comparação entre a população total e a faixa de 15 a 24 anos, analisando as taxas de homicídios, de óbitos por acidentes de transportes, de suicídios e de mortes por armas de fogo (incluindo-se aqui, homicídios, suicídios e acidentes com armas de fogo nos estados e capitais). Em todas estas taxas são analisadas sua evolução na década dentro das regiões, dos estados, das capitais e de dez Regiões Metropolitanas; as idades; a incidência de sexo; sazonalidade (meses e dias da semana) e comparadas com taxas internacionais.

O autor avaliou, ainda, dois fatores que atentam contra a fidedignidade das informações de óbitos disponibilizadas pela Base de Dados Nacional do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Datasus, Ministério da Saúde: o sub-registro e a sub-imputação.

Conclusões do Mapa da Violência IV:

- A taxa global da mortalidade no Brasil caiu de 633 em 100 mil habitantes, em 1980, para 573 em 100 mil habitantes no ano de 2002. Enquanto isso, a taxa referente aos jovens cresceu, passando de 128 para 137 em 100 mil, no mesmo período. Sendo que as principais causas da mortalidade juvenil são os homicídios e os acidentes de trânsito;

- Os avanços da violência homicida das últimas décadas no Brasil são explicados, exclusivamente, pelos incrementos dos homicídios contra a juventude. Se as taxas de homicídios entre os jovens pularam de 30,0 em 1980 para 54,5 (em 100 mil jovens) em 2002, as taxas para o restante da população permaneceram estáveis, passando de 21,3 para 21,7 (em 100 mil habitantes);

- Se na população total houve aumento, entre 1993 e 2002, de 62,3% nas taxas de homicídios, entre os jovens as taxas aumentaram 88,6% no mesmo período;

- A proporção de vítimas de homicídios entre a população parda ou preta é 65,3% superior à branca. No Distrito Federal, Paraíba e Pernambuco, esta vitimização ultrapassa a casa dos 300%;

- Acidentes de transportes são responsáveis por 15,6% dos óbitos juvenis e os suicídios, por 3,4%. Juntando com os homicídios, estas três causas são responsáveis por mais da metade (59%) das mortes dos jovens brasileiros;

- Na década de 1993 a 2002 os homicídios têm crescido com assustadora regularidade, com um incremento vertiginoso de 5,5% ao ano;

- As mortes por acidentes de transporte afetam fundamentalmente os homens: 81,5% na população total e 83,5%, entre os jovens. Neste campo, a vitimização de negros é negativa;

- Nos finais de semana, os homicídios aumentam dois terços em relação aos dias da semana;

- Nas comparações internacionais realizadas, entre 67 países pesquisados, o Brasil encontra-se em 4º lugar nas taxas de homicídios na população geral e em 5º na sua população jovem;

- De 1999 até 2002, os homicídios cresceram mais rapidamente no interior dos estados do que nas capitais ou nas regiões metropolitanas;

- Em 2002, para o país como um todo, 39,9% das mortes de jovens devem-se a homicídios. E essa proporção vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos. Na população não jovem essa proporção é só de 3,3%;

- As maiores taxas de homicídios (acima de 50 em cada 100.000 habitantes) no ano 2002, registram-se nos estados de Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo. As menores (em torno de 10 homicídios em 100.000 habitantes) em Santa Catarina, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte;

- Diversos estudos, tanto nacionais quanto internacionais, já alertaram que as mortes por homicídios, inclusive entre os jovens, são ocorrências notadamente masculinas. E os dados disponibilizados pelo SIM permitem confirmar esse fato (a vitimização masculina chega a 93,8%). Só 7,8% das vítimas dos homicídios acontecidos no país durante o ano de 2002 pertencem ao sexo feminino. Entre os jovens, essa proporção é ainda menor: 6,2%;

- Em 2002, 31,2% do total de óbitos juvenis foram causados por armas de fogo enquanto quatro anos antes, em 1998, essa proporção era de 25,7%. Dos 48.983 jovens que morreram em 2002, 14.983 foram devido a armas de fogo;

- Mais de 75% dos homicídios juvenis foram executados por uma arma de fogo. No país como um todo, 95% das mortes causadas por armas de fogo correspondem à categoria homicídios;

- A utilização de armas de fogo na ocorrência de homicídios entre os jovens é crescente e destacada. No ano de 1998 as armas de fogo foram a causa de 66,1% dos homicídios de jovens. No ano 2000 essa proporção elevou-se para 74,2%. Já em 2002 para 75,3%. Exceto na região Norte, com índices mais baixos, nas restantes 74% ou mais dos homicídios que vitimam a juventude são cometidos por amas de fogo;

 

 
 

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