Olá, meu querido amigo e minha querida amiga! O Brasil tem a felicidade de ser um país político e socialmente democrático. A nossa sociedade, em termos, tem tolerância religiosa, filosófica, ideológica, política e até sobre a orientação sexual. É fato que existe uma minoria intolerante e radical em todas essas questões, mas também é fato que a grande maioria do povo brasileiro repudia a intolerância e o radicalismo e tem uma convivência pacífica sobre  a nossa diversidade cultural e sobre a nossa visão de mundo. Entretanto, apesar da democracia política, da liberdade de expressão e de opinião, uma grande maioria da sociedade repudia a política em si e, em especial, os partidos e a tal "classe política" e, por outro lado, não possui a cultura da participação popular e do controle social do poder. Assim, existe uma contradição em nossa sociedade: repudia os partidos políticos e os mandatos eletivos, mas não se utiliza dos instrumentos da democracia participativa, não legitima a terceirização da política (partidos e representantes) e também não participa das decisões do poder público (conselhos de políticas públicas, orçamento e planejamento participativo etc e tal). Essa visão permite a disputa emocional, irracional e as baixarias entre os candidatos e seus respectivos partidos políticos nas eleições: quem rouba mais, quem é mais corrupto, quem prende mais, quem vai resolver tudo, quem fez mais ou deixou de fazer, quem vai endurecer as penas contra os tais delinquentes. A grande maioria das supostas críticas e respostas são verdadeiras calúnias, difamações e injúrias entre os concorrentes, que na grande maioria das acusações não se fundamenta na realidade dos fatos, pois não se faz críticas ou avaliações dos programas ou dos projetos de governo dos adversários ou concorrentes políticos, faz- se acusações de cunho pessoal, como se o acusador fosse um santo e o acusado um demônio. Os candidatos se colocam como juízes e julgadores dos seus concorrentes. Isso gera ódio, intolerância e guerra entre os apoiadores das candidaturas e descrença no seio da comunidade que nada tem a haver com a candidatura A ou B. Passa- se a impressão que ambos os lados são quadrilhas que buscam se rivalizar para ter o direito, a se legitimar nas urnas, para dilapidar os cofres públicos ou fazer aquilo que bem entender quando eleito. Entretanto, o que está em disputa são visões diferentes de mundo, são projetos políticos pouco debatidos com o colégio eleitoral, que é pouco politizado. Em tese, parte- se do pressuposto que todas as candidaturas são habilitadas em todos os aspectos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro, tendo em vista a lei da ficha- limpa. Portanto, não está em discussão a moralidade, a honestidade ou a capacidade das candidaturas concorrerem ao pleito, mas está em análise e submetido ao contraditório a viabilidade e a executoriedade  do programa de governo e as finalidades do projeto político-ideológico e de poder apresentados pelas candidaturas para avaliação do colégio eleitoral.  É aí que deveria se dar o debate entre as candidaturas e entre estas e a sociedade civil e suas instituições públicas e privadas. Todavia, debate- se  quase  tudo, menos aquilo que é relevante nos respectivos programas de governo, projetos políticos-ideológicos- de poder no Estado.

Eu, de forma modesta, tive a oportunidade de acompanhar e avaliar as experiências de governo da coligação que apoia o AECIO e da coligação que apoia a DILMA. Não me restou dúvidas que o modelo econômico defendido pelo AECIO é de cunho neoliberal, pouca intervenção do Estado nas políticas públicas, deixa que o mercado resolva quase tudo, é o chamado “Estado Mínimo”, onde a inflação e o superávit fiscal devem ser controlados às custas dos salários, dos empregos e de cortes nas áreas sociais, como saúde, habitação e educação. Enquanto, a DILMA defende um “Estado Forte” com capacidade para intervir no mercado e garantir o desenvolvimento econômico com inclusão social, através de políticas públicas de habitação, renda mínima, criação de postos de trabalho e garantia do valor de compra dos salários. O projeto defendido pelo AECIO não leva em conta a dignidade das pessoas, a defesa da vida e da igualdade de oportunidades, enquanto o projeto defendido pela DILMA tem a dignidade, a defesa da vida e a igualdade de condições como princípios norteadores. Entretanto, o AECIO sempre afirma que vai manter os projetos sociais do atual governo. Então, para que trocar de governo? Vamos trocar o certo pelo duvidoso? Penso que o AECIO não defende coisa nenhuma os projetos da DILMA, até porque tem o neoliberal Arminio Fraga como um dos formuladores da sua política econômica. A única candidata que pode melhorar e dar continuidade ao projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social é a própria DILMA, porque na ideologia do projeto defendido pelo AECIO não tem lugar para continuar e muito menos, melhorar o atual projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social. Por isso, voto DILMA PRESIDENTE-13