CPI
do Narcotráfico conclui que não existe política
de combate ao narcotráfico
Traficantes Organizados se beneficiam da Desorganização
das Autoridades
O relatório final da CPI do Narcotráfico
foi entregue no dia 28 de junho de 2001, na Assembléia Legislativa
durante uma coletiva à imprensa.
Um dos fatos apurados pela CPI é que as quadrilhas
de traficantes estão muito mais organizadas que os órgãos
governamentais envolvidos direta e indiretamente com o combate ao
narcotráfico no Brasil.
Dados do documento indicam que não há
a mínima comunicação entre os diversos setores
públicos que investigam o narcotráfico no país.
O relatório ainda propõe a reestruturação
das diversas instâncias do governo federal e estadual envolvidas,
com a criação de grupos de inteligência voltados
ao combate ao crime e uma rede de comunicação entre
a Policia Civil e Federal, o Judiciário, o Ministério
Público e a Receita Federal.
Breve Histórico
Os trabalhos começaram no dia 14 de dezembro de 1999. A CPI
dividiu-se em quatro subrelatorias: aeroportos, rotas terrestres,
o Porto de Santos e fuga de presos. Suas investigações
tiveram repercussão em todo território nacional, com
prisões de criminosos e identificação de rotas
do tráfico, em outros Estados brasileiros.
A descoberta da conexão Atibaia-Maricá
promoveu a identificação e o indiciamento de 11 pessoas
envolvidas diretamente com a alteração de aeronaves
para uso do tráfico de drogas.
Os deputados ainda levantaram um esquema aéreo
que ligava traficantes brasileiros e nigerianos, que levavam drogas
através dos aeroportos paulistas, para Nigéria, Moçambique
e Angola.
A ausência de uma política de combate
ao narcotráfico em São Paulo é a principal
conclusão do relatório da CPI do Narcotráfico
apresentado em 28 de junho de 2001.
Entre as sugestões apresentadas, estão
a criação de um serviço de inteligência
para agregar os números sobre o narcotráfico e de
uma força-tarefa para o combate a este crime. Outra providência
sugerida é o aumento salarial e das condições
de trabalho dos policiais.
O relatório aponta que há uma facilidade
extraordinária no transporte das drogas. Os deputados apuraram
ainda, a existência de pistas e rotas clandestinas, por todo
o Estado.
Vanderlei Siraque, membro efetivo da comissão,
propôs que seja instalada uma comissão permanente para
tratar do assunto. "Com a criação da comissão
permanente poderemos acompanhar o que for apurado a partir de agora",
finaliza Siraque.
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